domingo, 1 de agosto de 2010

Como funciona o FSF-1 Sea Fighter

Introdução

No cenário de mudança global do século XXI, as forças armadas internacionais têm que modificar seus armamentos para combater uma nova leva de inimigos. Historicamente, os navios de guerra eram fortalezas flutuantes e maciças, projetadas para enfrentar navios inimigos em mar aberto ou bombardear o litoral do inimigo a quilômetros da terra. Atualmente, a ameaça de uma luta em um estilo mais guerrilha tem forçado as nações a desenvolver navios mais rápidos e flexíveis.



Foto cedida pela Marinha Norte-Americana
FSF-1 Sea Fighter
Em fevereiro de 2005, a Marinha Norte-Americana batizou o FSF-1 Sea Fighter, antes chamado de X-Craft. O Sea Fighter é uma embarcação experimental que irá testar diversas tecnologias, incluindo a habilidade de operar em águas rasas perto da costa em meio a minas e pequenos botes suicidas.
Neste artigo, daremos uma olhada neste novo navio de guerra revolucionário e nas tecnologias que podem alterar para sempre a guerra no mar.

Um novo projeto para uma nova missão

O Sea Fighter é um catamarã de alumínio projetado para operar de forma eficaz em águas litorâneas ou costeiras. Ele pode manobrar em águas tão rasas quanto 3 m de profundidade. O número de casco do FSF-1 significa "Fast Sea Frame" (estrutura marítima veloz) e é a primeira embarcação da marinha americana a ser do tipo catamarã (bote de quilha dupla). A embarcação experimental será usada para testar desempenho hidrodinâmico, desempenho estrutural, comportamento estrutural, flexibilidade em missão e eficiência do sistema de propulsão de navios de alta velocidade.


Foto cedida pela Marinha Norte-Americana
Uma rampa com múltiplas finalidades na popa permitirá que o Sea Fighter lance e recupere veículos de superfície e parcialmente submersos, tripulados e não-tripulados, até o tamanho de um barco inflável de casco rígido
O design do navio é flexível para atender as necessidades de missões múltiplas. Mais de doze módulos de missão de 6 m podem ser alojados no compartimento de carga do navio, o que permite que a embarcação seja rapidamente reconfigurada para apoiar uma variedade de tarefas em potencial, incluindo-se proteção de força de batalha, medidas defensivas contra minas, anti-submarino de guerra, apoio a ataques anfíbios e ajuda humanitária.
Uma rampa com múltiplas finalidades na popa permitirá que o Sea Fighter lance e recupere veículos de superfície e parcialmente submersos tripulados e não-tripulados até o tamanho de um barco inflável de casco rígido (Rigid Hull Inflatable Boat - RHIB) de 11 metros. A partir do seu convés de vôo, o Sea Fighter pode operar enquanto ampara dois helicópteros H-60 ou a decolagem vertical e aterrissagem tática de veículos aéreos não-tripulados (VTUAV) por vez.



Foto cedida pela Marinha Norte-Americana
Em seu convés de vôo, o Sea Fighter poderá apoiar operações 24 horas por dia para até dois helicópteros H-60 ou dois VTUAVs
Para reduzir a vibração e o ruído, muitas das superfícies internas do navio são cobertas com uma camada de QuietShip, um polímero viscoelástico que pode ser aplicado sobre cascos de embarcações de alumínio, aço e de ferro-madeira. Tal cobertura oferece aos construtores de navios uma forma de reduzir o ruído em até 70%, de acordo com seu fabricante Quiet Solution (em inglês). No Sea Fighter, o QuietShip reduz o ruído em 15

O carro esportivo dos mares

Comparado aos navios de guerra maiores e convencionais, o Sea Fighter é mais rápido e mais ágil. Seu desempenho já foi comparado ao de um carro esportivo. O Sea Fighter pode atingir uma velocidade máxima de 50 nós (92,6 km/h) com carga útil total, e é projetado para atingir uma velocidade de 40 nós (74 km/h) em mares turbulentos com ondas de até 2 m de altura.


Foto cedida pela Marinha Norte-Americana
O Sea Fighter em construção no Nichols Bros. Boat Builders no estado de Washington
O Sea Fighter tem quatro propulsores Rolls Royce Kamewa 125 SII, que proporcionam uma potência combinada de 50,4 megawatts e oferecem grande capacidade de manobra. Os propulsores independentes tornam possíveis movimentos laterais, simplificando operações e atracamento.



Foto cedida pela Marinha Norte-Americana
Túnel de propulsores em construção



Foto cedida pela Marinha Norte-Americana
Abrigo para dois dos quatro propulsores em construção
Os propulsores são movidos por duas turbinas a gás GE LM2500 e dois motores a diesel MTU de 16 válvulas.


FSF-1 Sea Fighter: fatos e números

  • Comprimento: 79,8 metros
  • Largura: 22 metros
  • Peso: 950 toneladas
  • Motores: 2 turbinas a gás GE LM2500; 2 motores de propulsão a diesel MTU 16V 595 TE90; 4 propulsores Rolls-Royce Kamewa 125SII
  • Tripulação: 26
  • Velocidade máxima: 50 nós (57,5 m/h, 92,6 km/h)
  • Custo do navio experimental: US$ 80 milhões 

A tripulação

As mudanças para a tripulação são quase tão revolucionárias quanto o projeto do navio. O pequeno Sea Fighter requer uma tripulação de apenas 26 marinheiros (16 da Marinha e 10 da Guarda Costeira). A tripulação é formada de cinco oficiais e um corpo de 21 alistados. Com uma tripulação tão pequena, cada membro precisa ter muito conhecimento do navio e equilibrar múltiplas funções.


Foto cedida pela Marinha Norte-Americana
O Sea Fighter é um navio pequeno que permite grande flexibilidade de missão
"O que é realmente especial sobre esta tripulação é que somos apenas 26. Os engenheiros não podem se concentrar só na engenharia nem os navegadores podem se concentrar só na navegação", diz o tenente-coronel da Marinha Brandon Bryan. "Todo mundo tem que saber do assunto dos outros, por isso meus engenheiros têm que saber navegar e meus rapazes que navegam sabem ir lá embaixo e dar partida no motor."
A mistura de tripulação da Marinha e da Guarda Costeira também nos fornece um apanhado de conhecimentos específicos que podem ser usados em diversas missões.
"Creio que a Marinha fornece sua vasta experiência em operar em um ambiente de Departamento de Defesa", diz o Especialista Chefe de Operações da Guarda Costeira John Leary. "E a Guarda Costeira trará sua autoridade internacional de abordagem sem paralelo que temos para atividades internacionais. Além disso, temos mais experiência em tripular navios com tripulações menores".
Dentro do navio, a tripulação dorme em cabines para três homens cada, uma diferença significativa dos grandes compartimentos comunais na maioria das embarcações navais. O navio também pode ser configurado para acomodar uma tripulação de homens e mulheres.
Enquanto o Sea Fighter é um veículo de teste, elementos dele serão usados em outros navios da Marinha e da Guarda Costeira, como o Navio de Combate Litoral (em inglês) e o projeto do Deepwatwer (em inglês) da Guarda Costeira.

por Kevin Bonsor - traduzido por HowStuffWorks Brasil

Fonte:uol

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